Mulher que conseguiu a legalização do aborto nos EUA pede que a Suprema Corte suspenda o decreto
Unindo-se ao pedido de Norma McCorvey – “Jane Roe” no caso Roe vs. Wade – para suspender o decreto que, em 1973, legalizou o aborto nos EUA, a conhecida “Mary Doe” do caso Doe vs. Bolton – o seu nome original é Sandra Cano – solicitou também à Suprema Corte que retire a decisão judicial por ter-se baseado “em mentiras e enganos”.
Originalmente, Cano e McCorvey foram levadas à Suprema Corte como mulheres que “precisavam” de abortar para assim poderem proteger e melhorar as suas vidas. Entretanto, agora voltam como activas representantes pró-vida.
Ao apresentar a moção em Atlanta, Cano afirmou que “volto à Corte para corrigir um erro” pois “o aborto afectou milhões de mulheres e estou arrependida do meu papel”.
“A verdade é que eu não procurei nem quis um aborto. Eu era jovem, desinformada e encontrava-me numa situação difícil. Nem sequer tive oportunidade de falar no processo, e nenhum juiz ou advogado na Corte perguntou a minha opinião sobre o aborto”, explicou Cano.
Actualmente, mais de mil mulheres que sofreram problemas físicos e emocionais severos relacionados com seus abortos ofereceram os seus testemunhos sob juramento para apoiar as moções de Cano e McCorvey.
“Apoiamos Sandra Cano quando disse que a decisão de Doe foi um erro. Agora contamos com evidências concludentes de que o aborto é fisicamente perigoso e emocionalmente devastador”, afirmou Dianne Donaudy. E ressaltou que “cada uma de nós se arrepende profundamente de ter abortado. Queremos que o público, especialmente as mulheres, saibam a verdade sobre as trágicas e maléficas consequências do aborto”.
Para ver o material de imprensa de Doe vs. Bolton, os documentos legais, estudos científicos e algumas das mil declarações juradas (somente em inglês) visite o site:
http://www.operationoutcry.org.
Por outro lado, a solicitude de McCorvey para reverter a decisão foi apresentada em Junho passado e encontra-se actualmente na Corte de Apelações do 5º Circuito e pendente para passar à Suprema Corte. Ela argumenta que a decisão da Corte não é válida porque, além de basear-se em uma farsa, há abundante evidência científica e testemunhos que comprovam que o aborto só causa danos às mulheres.
Fonte: ACI, 28-8-2003